Regina Hornung

Fusão Étnica

Os autênticos artistas são os mensageiros da humanidade e são claro que sim, os que caminham e devem caminhar com um pé no futuro. Esse futuro flutua no vaivém dos ideais das gerações, que entrelaçam o passado e os que virão. Uma mensagem sustentada por conteúdos sólidos, que sobrevivera e resistirão ao tempo.

Isto Regina, documenta com toda verdade, sem ser escrava da obra. Ela impõe em sua essência e estilo na sua temática, criando e recriando suas novas propostas.

Regina Hornung, reflete em suas obras o resgate deste trabalho em tempo presente. Suas obras, de realizações fotográficas levam em si, a mensagem do cotidiano das antigas culturas dos povos sobreviventes.

É, notáveis que nossos ancestrais até hoje, realizam os seus afazeres do cotidiano com os mesmos materiais e temáticas dos nossos antepassados. Ressaltando em seus inconscientes um alto valor estético.

Para recipientes d’água e cobertores usam os materiais próprios da região. Suas vasilhas de barro e os tecidos com fibras vegetais, assim como as imagens zoomorfas, constituem o “leitmotiv” de Regina.

A forma de suas vasilhas são belas e perfeitas, seus tecidos geométricos mudam na qualidade do tecido e dos nós, fazendo com que uma peça, seja destinada aos chefes ou a um integrante comum da comunidade.

Francamente não sei qual é mais interessante para satisfação e o deleito do nosso espírito: contemplar uma obra de arte ou ler a história da arte.

“Nossa Regina, em Latín e rainha em espanhol com muita paciência pesquisa e trabalho assimila a arte utilitária dos habitantes primitivos desta parte do continente e os une com muita sensibilidade, elaboração técnica; enriquecendo e adornando essa duas culturas as cobranças de nossos tempos.

Contemplando essas obras poderemos admirar o nível de investigação a que chegou Regina, retratando com alto conhecimento o trabalho em tecido em caraguatá, realizado pelas etnias Ayoreo e Nivaclé e é aqui, onde começa e termina a ciência de investigação, o alto conhecimento técnico – fotográfico e a excepcional criatividade, tanto na composição como nas cores tradicionalmente usadas por nossos irmãos aborígines” .

Lotte Schultz
Diretora do Museu Nacional de Belas Artes – Assunção – Paraguai