Regina Hornung

Bio

Nascida em 1965, no Paraguai, filha de Maria Amália Hornung e Ramón Ayala, cresceu ao som das músicas paraguaias e brasileiras. Quando tinha oportunidade, debruçava-se nas reproduções das obras dos grandes gênios da pintura holandesa.

Seu início no meio artístico deu-se no despontar deste século. A inspiração surgiu,quando abriu uma loja de objetos indígenas “MadreTierra”. Ao analisar as peças produzidas pelas tribos, pôde observar com sensibilidade o valor cultural contido em cada obra das várias etnias ali representadas. Foi o momento de criação para seus primeiros estudos artísticos,chegando à produção plástica.

Livre dos conceitos acadêmicos, ao produzir seus quadros e expondo-os,compôs um cenário envolvente para os clientes, os visitantes e os índios da região, que ali freqüentavam. Essa convivência despertou grande admiração e interesse no resgate da cultura dos nossos aborígines.

Inserindo em sua obra elementos como: máscara, cocar, chocalho, recipientes de barro,tecidos, e natureza morta composta de frutas, peixes, que ao garimpar, buscou resgatar todo o significado contido nesses elementos, mostrando a expressão plástica na essência do primitivismo das aldeias.

O convívio com seu irmão, Roberto Ayala, professor, escultor e antropólogo, tem somado conhecimentos nesta caminhada. Ao receber Lotte Schulz, renomada desenhista-gravurista e diretora de Museu, em sua loja, ganhou naquele momento uma grande incentivadora, para mostrar ao mundo a valiosa e autêntica produção dos povos da floresta.

Na busca de aprofundamento acadêmico, passou a freqüentar o atelier de Mônica Delssin, onde recebeu aulas de técnicas em pintura e noções cromáticas.

Com sua participação no circuito cultural aproximou-se de Lucy Yegros, Gustavo Beckelman, Herman Guggiari , destacando-se entre eles o pintor Hernán Miranda (hiper realista). E Regina, que já era apaixonada pela pintura acadêmica, ao contemplar as obras deste artista, demonstrou esplêndida admiração, chegando até mesmo a intitular-se ”sua seguidora”. Apropriando-se desses conhecimentos técnicos vivenciados, empregou-os em sua obra.

A investigação minuciosa a que chegou, na perfeição e beleza, das cores usadas em seu realismo técnico-fotográfico, resultou numa brilhante produção plástica.
Em sua exposição realizada no Museu Nacional de Belas Artes, em outubro de 2003, na cidade de Assunção, foi reconhecida como o mais novo fenômeno das artes contemporâneas, conquistando títulos, recebendo várias encomendas e convites para expor em outros países.

Reconhecida no meio artístico paraguaio, o qual trilha com firmeza e confiança, Regina Hornung nos abre caminhos que conduzem ao prazer e deleite espiritual. Assim, ao contemplar sua obra, podemos ver a história viva da arte dos nativos sul americanos.

Jabim Nunes, Outubro de 2004